sábado, 14 de janeiro de 2012

Negritude: Nascimento de Lutherking e decretado direito de resposta para religiosos afro contraTV Record

Por Vinícius Borba

Numa data tão significativa quanto o nascimento de Martin Lutherking, um dos mais respeitados líderes negros na luta pelos direitos civis e humanos da negritude dos Estados Unidos, replicamos por este espaço de discussão texto referente a uma importante vitória de religiosos de matriz africana no Brasil que obtiveram vitória judicial com direito de resposta na TV Record, por suposta discriminação praticada pelos membros da TV, ligada diretamente a Igreja Universal do Reino de Deus e seu dono Edir Macedo. Em tempo: Luther King era batista, protestante. Contudo, lutou pelo direito de liberdade inclusive de culto dos negros em todo o mundo, que esse respeito prevalesça e que não haja discriminação especialmente em grandes veículos como a Record. Morro de medo do que o fundamentalismo de caras como estes da Universal com deputados, senadores, TVs e igrejas nas mãos podem fazer. Rezemos!!!

Religiões afro-brasileiras produzem direito de resposta coletivo contra TV Record


Do site Geledés, 14/1
Em decisão inédita do Ministério Público Federal, entidades afro-brasileiras foram autorizadas a produzir um vídeo de direito de resposta coletivo a uma reportagem da TV Record. O programa foi gravado e tornou-se público no final de 2011, mas não pode ser exibido, pois a emissora recorreu da ação e conseguiu impedimento momentâneo.

Conforme informa o vídeo, o programa é um "direito de resposta concedido pela Justiça Federal ao Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), ao Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (INTECAB) e ao Ministério Público Federal, autores da ação contra o enfoque negativo e discriminatório das religiões afro-brasileiras".

A gravação conta com a participação de representantes de entidades ligadas às religiões afro-brasileiras e profissionais de comunicação, entre eles Iran Castelo Branco, do movimento Mídia Pela Paz, Gabriel Priolli, jornalista e produtor independente, e Laurindo Leal Filho, professor da ECA-USP.

Daniel Teixeira, coordenador do CEERT, ressalta que o caso ainda está em juízo, logo são poucas as informações que podem ser dadas a respeito. Contatada, a Record ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Protestos na internet – No final de dezembro, a Record também virou alvo de protestos de grupos católicos que acusaram a emissora de perseguição. Ativistas indignados com reportagens exibidas nos jornalísticos da casa consideraram que a emissora de Edir Macedo realiza "ataques ao catolicismo".

Pastor da Universal que agrediu uma imagem na TV e incentivou mulhares de fiéis evangélicos a atos agressivos contra outros grupos religiosos. Terreiros sçai atacados em todo o Brasil assim como imagens de outras religiões
Um dos movimentos se intitulou de "Brasil Sem TV Record" e convocaram os internautas via redes sociais a boicotarem a Record no dia 16 de dezembro, evento que, segundo a emissora, "não teve êxito". Outro grupo criou a hashtag #jornalismodeterceira e pediu para que os católicos não assistam mais à Record.

Hoje na História, 1929, nascia Martin Luther King Jr

 Do site Geledés, 15/1
O reverendo Martin Luther King Jr., lembrado nos Estados Unidos todos os anos na terceira segunda-feira de janeiro, talvez seja mais conhecido como o principal porta-voz da não violência nos EUA, por sua liderança no movimento americano pelos direitos civis.

Nascido em 15 de janeiro de 1929, Luther King, ministro batista, dedicou sua vida a garantir direitos iguais aos afro-americanos e a todas as minorias que eram discriminadas e marginalizadas na sociedade americana. Entre 1957 e 1968, Luther King viajou ininterruptamente por todo o país e, em cerca de 2.500 aparições públicas, falou contra a injustiça. Foi preso, agredido fisicamente e sofreu abusos pessoais de todos os tipos, além de ter tido sua casa atingida por bombas. Mas nunca desistiu do sonho de ver "filhos de ex-escravos e filhos de ex-proprietários de escravos sentados à mesa da fraternidade".

O trabalho de Luther King chamou a atenção do mundo todo, resultando no que ele chamou de "coalizão de consciências", que ajudou a mudar a sociedade americana e criar novas leis para proteger os direitos civis nos EUA.

Em 1964, Luther King tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho para acabar com a segregação racial e a discriminação racial. Ele doou o dinheiro do prêmio para o aprofundamento dos objetivos do movimento pelos direitos civis.

Além de ser um defensor dos direitos civis das minorias, Luther King defendeu os direitos dos trabalhadores. Em discurso proferido em 1965, afirmou: "O movimento trabalhista [nos Estados Unidos] foi a principal força que transformou a miséria e o desespero em esperança e progresso. De suas lutas corajosas, reformas econômicas e sociais resultaram em seguro-desemprego, pensões para aposentados, ajuda do governo aos pobres e, acima de tudo, novos níveis salariais que significaram não a mera sobrevivência, mas uma vida tolerável."

Luther King acreditava que todo trabalho era digno e que a justiça econômica era um componente crucial da reforma dos direitos civis. Em discurso de 1968, perguntou: "Qual a vantagem de um homem poder comer em uma lanchonete integrada se não ganhar dinheiro suficiente para comprar um hambúrguer e uma xícara de café?"
O presidente Obama ajuda a pintar o refeitório dos alunos da Escola Stuart Hobson em Washington na comemoração do Dia de Martin Luther King Jr. em 2011

Martin Luther King morreu defendendo suas crenças. Em 4 de abril de 1968, quando estava na varanda do quarto de hotel em Memphis, Tennessee, foi assassinado por James Earl Ray, defensor da supremacia dos brancos com longa ficha criminal. Luther King estava em Memphis para liderar uma marcha de protesto em apoio a trabalhadores em greve na cidade.

Uma campanha para homenageá-lo teve início logo após a sua morte. Sindicatos de trabalhadores forneceram capital financeiro e social para tornar a comemoração do dia do nascimento de Luther King um movimento nacional. Em 1983, o presidente Ronald Reagan sancionou a lei que tornou o aniversário de Luther King feriado nacional, mas só em 2000 o feriado foi pela primeira vez oficialmente observado em todos os 50 estados.

Em 1994, o Congresso dos EUA designou o feriado de Martin Luther King dia nacional de serviços prestados aos outros, convocando americanos de todas as classes sociais a ceder voluntariamente seu tempo e esforço nesse dia para ajudar a concretizar a visão de Luther King de uma "comunidade amada".
Luther King disse certa vez: "A pergunta mais persistente e urgente da vida é: 'O que você está fazendo para os outros?'" Todos os anos, os americanos tentam responder a essa pergunta voluntariando-se para atividades como arrecadação de fundos para instituições de caridade e coleta e distribuição de alimentos para os necessitados.

"Temos a oportunidade de tornar os Estados Unidos uma nação melhor", disse Luther King às vésperas de sua morte. "Talvez eu não chegue lá com vocês. Mas quero que vocês saibam esta noite que nós, como povo, chegaremos à Terra Prometida."

Textos do Portal Geledés http://www.geledes.org.br

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